Principais dúvidas dos espectadores são respondidas pelos convidados
Durante o ABSOLAR Inside, a jornalista Priscila Brandão abriu um espaço para que os convidados respondessem algumas das perguntas que os espectadores fizeram no chat do programa. Confira:
O mercado está preparado para o crescimento de módulos fotovoltaicos especiais para as fachadas de prédios?
Guilherme Nagamine: o potencial brasileiro é muito grande em relação à integração solar nos edifícios. É importante espalhar o conhecimento aos consumidores e profissionais do ramo para que a tecnologia BIPV seja difundida.
Existe diferença hoje nos financiamentos para projetos de energia solar integrada à construção?
Carolina Reis: estas linhas específicas de financiamento ainda não existem. A elaboração delas ainda depende de um maior conhecimento da mão de obra utilizada no processo de instalação e das tecnologias utilizadas.
É possível financiar projetos de energia solar fotovoltaica integrada à construção pelo Meu Financiamento Solar?
Carolina Reis: Sim, sob as mesmas condições das instalações fotovoltaicas tradicionais.
É muito importante que essa tecnologia seja assimilada pelos arquitetos. Há a necessidade de que a estética não seja colocada em segundo plano. O que pode falar quanto à eficiência desses módulos verticais, ou seja, seu rendimento?
Rogerio Duarte: a fachada não só recebe radiação solar direta do sol, mas também difusa ao longo do dia. Os módulos BIPV são projetados para operar nestas condições. A eficiência depende da cor e da tecnologia do módulo, mas em geral sua eficiência varia entre 17% e 19%.
A eficiência desta tecnologia já se compara aos painéis solares convencionais?
Marcio Takata: as soluções de BIPV foram desenvolvidas para a utilização em 90°, aproveitando melhor a radiação difusa. Isto trouxe um ganho de eficiência para suas utilizações específicas.
Guilherme Nagamine: a comparação deve ser feita da maneira correta. Esta tecnologia foi desenvolvida para ser utilizada em fachadas verticais, por isso, absorve melhor a radiação difusa e é menos sensível aos efeitos do sombreamento, quando comparada aos painéis solares tradicionais.
Essa tecnologia é considerada no programa de eficiência energética como o Procel Edificações? Como seria essa certificação?
Rogerio Duarte: sim. A tecnologia BIPV segue a mesma certificação dos módulos fotovoltaicos tradicionais, é validada e certificada pelo Inmetro e é classificada em termos de eficiência energética.
Quais as perspectivas do uso do BIPV no Brasil?
Guilherme Nagamine: é um mercado que está começando no Brasil, mas que já tem um apelo muito grande no exterior. O Brasil terá grandes oportunidades de emplacar o BIPV, mas para isto é preciso quebrar os paradigmas no País.
Em que momento do planejamento da obra o arquiteto deve realizar o estudo de BIPV?
Rogerio Duarte: desde a fase inicial do projeto. A consideração do uso de BIPV desde a fase inicial da obra irá encarecer o empreendimento em cerca de 2% a 3%. Porém, este valor será reembolsado com o passar do tempo já que há a substituição de um revestimento passivo por outro gerador de energia.