Startup visa a produção de células de íon-lítio com a menor pegada de carbono do mundo
Em entrevista ao programa, Gery Bonduelle fala sobre o projeto e planos da mega-fábrica da Freyr Battery. Confira:
Quais os planos da Gigafactory da Freyr e quais são os mercados que você pretende atender com células de bateria?
A Freyr é uma startup sediada na Noruega, fundada em 2018. A principal visão e ambição da empresa é produzir rapidamente células sustentáveis. A tecnologia utilizada é americana, sendo capaz de criar células de baixo carbono e de baixo custo para o mercado.
A ambição é produzir cerca de 83 GWh de células até 2028, em várias etapas. Dentro de um ano, a Freyr será capaz de fornecer células para o mercado a partir do plano de qualificação de clientes. Entre o final de 2023 até 2028, a empresa terá suas primeiras giga-fábricas em produção, com aumento progressivo até 2028 para mais de 83 GWh.
A startup deseja começar com o mercado de sistemas de armazenamento de energia (Energy Storage System – ESS) para aplicação em escala de energia elétrica por meio do medidor e, também, em aplicações residenciais.
O mercado de baterias está crescendo e se tornará cada vez mais essencial para uma transição verde. No entanto, a indústria de baterias é verde?
Esse é o tópico central. Na maioria dos países onde as células de íon-lítio são produzidas, a energia vem da eletricidade dos combustíveis fosseis. A Freyr gostaria de utilizar o que está disponível na Noruega, ou seja, muita hidroenergia. Mais de 90% da eletricidade disponibilizada nas instalações elétricas da empresa vêm da hidroenergia.
A ambição da startup é a produção de células de íon-lítio com a menor pegada de carbono do mundo. Assim, a empresa pretende produzir o mínimo de CO2 possível. Em média, atualmente, há provavelmente cerca de 80kg de CO2 emitidos por cada kWh de células de íon-lítio produzida no mundo. A Freyr quer reduzir esse número para 15kg.
Desta forma, o primeiro passo é a redução inicial de 30% nas células da Noruega. Muito do CO2 emitido ainda vem do processo de fornecimento das matérias-primas. Por isso, a empresa está trabalhando junto a parceiros e fornecedores para levarem suas instalações para perto deles, na Noruega, o que irá gerar uma redução adicional de 30% a 40% na emissão de CO2. Além disso, devem trabalhar na reciclagem, empacotamento e logística com os seus parceiros para reduzir mais 10kg de CO2 e, assim, chegar aos 15kg propostos.