Construção civil, habitação popular e sistemas off-grid é tema da última edição do ABSOLAR Inside


Especialistas discutem o crescimento da energia solar na construção civil, englobando empreendimentos populares, e nos projetos off-grid

Em linha com os objetivos de desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), o ABSOLAR Inside trouxe as últimas novidades da energia solar fotovoltaica na construção civil, tanto para empreendimentos populares como para projetos off-grid. No programa digital ao vivo, especialistas ainda ressaltaram a importância do crescimento e desenvolvimento do armazenamento. O episódio foi ao ar na última quarta-feira, 27 de outubro, com a apresentação da jornalista Priscila Brandão. Ao lado dela, o âncora e Presidente Executivo da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia, conversou com os convidados Paulo Cerqueira, Diretor do Departamento de Políticas Sociais e Universalização do Acesso à Energia do Ministério de Minas e Energia (MME); e Leonardo MacDowell de Figueiredo, membro do Programa da Qualidade da Construção Habitacional do Estado de São Paulo da CDHU (Qualihab). O ABSOLAR Inside também contou com a presença dos parceiros Carolina Reis, Diretora Comercial do Meu Financiamento Solar; Nelson Stanisci, Gerente de Soluções da Huawei Solar; e Rodolfo Meyer, CEO do Portal Solar. 

Confira abaixo o resumo de tudo o que aconteceu nesse episódio:

Convidados comentam as principais impressões sobre a Intersolar South America deste ano


Intersolar South America, maior feira do setor solar fotovoltaico da América Latina, aconteceu entre os dias 18 e 20 de outubro. A Blue Sol Energia foi a anfitriã do stand da ABSOLAR na feira. Nelson Colaferro, Presidente da empresa, concedeu uma entrevista para o programa e comentou sobre as novidades da energia solar fotovoltaica. “Considerando que, em média, são conectados à rede elétrica 2 milhões de usuários e que, em 2021, foram conectados entre 300 e 400 mil novos consumidores em geração distribuída, há muito espaço para o crescimento do setor”, disse. Segundo Colaferro, a Blue Sol tem trabalhado na digitalização dos processos e considera que os sistemas de armazenamento são sinérgicos e complementares à energia solar distribuída. A empresa tem cerca de 200 franquias operantes e a estratégia é chegar a 1.000 franquias no Brasil, até 2023, de acordo com Colaferro. 

Priscila Brandão perguntou aos parceiros da mesa redonda quais foram suas percepções sobre o evento. De acordo com Carolina Reis, a Intersolar superou a sua expectativa por conta da quantidade de pessoas. Ela informou que o relacionamento com o público é sempre positivo e que é ótimo ter oportunidades de manter o contato físico direto com o público. No evento, eles apresentaram novidades, como taxas promocionais, pré-lançamentos de programa de fidelidade e o novo aplicativo da plataforma digital exclusiva do Banco BV. 

De acordo com Nelson Stanisci, o diferencial para a Huawei Solar foi o lançamento do Digital Power, uma nova solução que procura a digitalização da energia. O stand da Huawei contou com todos os produtos oferecidos para o setor solar fotovoltaico, desde pequenas até grandes aplicações. Segundo o gerente de soluções da empresa, a feira é importante para a empresa adquirir uma relação de proximidade com os distribuidores e com os clientes finais

Rodolfo Meyer comentou que todos os stands tinham proporções muito maiores do que nos anos anteriores e aproximou a Intersolar South America das feiras internacionais. O Portal Solar trouxe a sua solução de franquias, sendo muito bem recebida pelo público. Segundo o CEO, a feira foi ótima para captar parceiros. Meyer reforçou que, em agosto de 2022, o Portal Solar estará presente novamente e espera que a Intersolar tenha ainda mais participantes. 

Energia solar fotovoltaica cresce no País


Rodrigo Sauaia apresentou ao público os números atualizados do crescimento da energia solar fotovoltaica no Brasil. Atualmente, são mais de 800 mil unidades consumidoras (UCs) atendidas pela geração distribuída solar fotovoltaica (GDFV) – em menos de um ano, o setor dobrou esse número. Mesmo em meio a uma situação de pandemia, o crescimento do mercado segue forte: desde 2012, a geração distribuída gerou mais de R$ 36,7 bilhões em novos investimentos e mais de 217 mil empregos acumulados no período. 

Nos últimos anos, com o crescimento da energia solar e a queda no preço dos sistemas fotovoltaicosaumentaram as iniciativas para tornar a fonte mais acessível e mais próxima das populações de baixa renda. O programa reproduziu uma reportagem, destacando dois estados que possuem projetos em habitações popularesGoiás foi o primeiro estado brasileiro a implementar sistemas solares fotovoltaicos em moradias de interesse social. O projeto Casa Solar, desenvolvido pela Agência Goiânia de Habitação (Agehab) e implementado em 2017, vem gerando economia de até 60% na conta de luz das famílias beneficiadas. A segunda iniciativa encontra-se em São Paulo, onde, desde 2018, todas as novas casas construídas pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do estado (CDHU) são equipadas com sistemas de geração de energia elétrica solar fotovoltaica. Para as famílias beneficiadas, a redução na conta de luz chega a 70%

Energia solar é solução para a sustentabilidade e problemas de fornecimento de energia 


Leonardo MacDowell comentou que o Programa da Qualidade da Construção Habitacional do Estado de São Paulo da CDHU está na expectativa para a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26). Além de objetivar a conformidade técnica, o Qualihab também procura promover a responsabilidade ambiental para políticas públicas de atendimento habitacional. “Por meio de parceria com a ABSOLAR, as ações em eficiência energética e incorporação de energias renováveis tornaram-se mais concretas”, disse.

De acordo com MacDowell, a construção de habitações populares gera uma quantidade significativa de emissão de CO2 – o que faz com que a CDHU se esforce para instalar os sistemas solares fotovoltaicos nos edifícios populares. Ele explicou que nas pesquisas sociais que a CDHU conduz, os habitantes se mostram muito satisfeitos com a efetiva redução da conta de luz, pois assim, têm mais dinheiro para utilizar em saúde, educação e transporte, por exemplo. 

Paulo Cerqueira destacou que a energia solar tem se mostrado uma solução para inúmeros problemas de fornecimento de energia. Segundo o Diretor do Departamento de Políticas Sociais e Universalização do Acesso à Energia do MME, a parte mais importante é usar o sistema off-grid, ou seja, um sistema que não está conectado à rede e que proporciona energia durante o dia e noite, por meio do armazenamento de energia elétrica. Paulo informa que o desenvolvimento das baterias é cada vez mais rápido, assim como a redução de custos destes equipamentos. “As baterias permitem que o usuário possa armazenar toda a sua energia gerada por fonte solar fotovoltaica, podendo fazer uso da energia elétrica em qualquer período do dia”, informou. 

Paulo ressaltou que há a possibilidade das pessoas que não podem estar conectadas à rede fazerem uso das baterias, mas muitas optam por utilizar baterias como backup quando há períodos chuvosos e tempestades, por exemplo. “É um novo mercado que está surgindo e abrindo grandes oportunidades, tanto para os consumidores residenciais como para as indústrias”, disse.  

Programas sociais levam energia solar para regiões remotas 


Rodrigo Sauaia comentou sobre o lançamento do Programa Mais Luz para a Amazônia (MLA), que tem como objetivo levar energia elétrica para, aproximadamente, 220 mil famílias. “Além de ganhos de sustentabilidade e economia, há ganhos para o meio ambiente. O programa representa uma grande oportunidade de negócios para o setor, já que o orçamento previsto é de R$ 8 bilhões de recursos para investir na fonte solar fotovoltaica”, disse. 

Sauaia lembrou como foi positiva a iniciativa da CDHU no projeto-piloto. Segundo o Presidente Executivo da ABSOLAR, o projeto está sendo replicado pelo Governo Federal com o programa Casa Verde e Amarela. A ABSOLAR está colaborando para que o programa ganhe escala e para que todos os brasileiros possam acessar a energia solar fotovoltaica

Ao citar o programa Mais Luz para a Amazônia, Paulo Cerqueira explicou que um dos compromissos do MME é propiciar energia elétrica para toda a população do País, motivo pelo qual o governo optou por instituir o MLA. Para Paulo, o Brasil tem o compromisso de universalizar o acesso à energia elétrica até 2030. “O governo não só deve proporcionar energia elétrica aos sistemas isolados, mas também às regiões remotas dos sistemas isolados, que são áreas mais distantes e com difícil acesso”, informou. 

Paulo comentou que, para solucionar o problema de levar energia para as regiões remotas, a fonte solar fotovoltaica com baterias é a melhor opção. “O programa MLA teve uma iniciativa audaciosa, em que as distribuidoras que fazem a instalação dos sistemas. Ou seja, a população a ser atendida será um consumidor de energia elétrica da distribuidora, porém, por meio de sistemas off-grid“, disse. O Diretor do Departamento de Políticas Sociais e Universalização do Acesso à Energia do MME destacou ainda que outro compromisso por parte do ministério é de levar energia limpa a essa população sem utilizar combustíveis fosseis

Oportunidades de instalação de energia solar em edifícios 


Leonardo MacDowell destacou que, em 2008, a CDHU fechou uma parceria com o governo para a instalação de energia solar para aquecimento de água. Na metrópole, a companhia implantou, de maneira mais plena, a energia solar fotovoltaica nas unidades habitacionais verticais. “No entanto, na cidade existem desafios por conta do sombreamento dos prédios, mas ainda há campo para ser desenvolvido”, disse. 

Segundo Rodrigo Sauaia, existem oportunidades para os edifícios em metrópoles. Uma delas é a utilização de geração compartilhada, que faz uso de áreas de terreno disponíveis. A eletricidade é gerada naquele local, mas pode ser consumida pelos apartamentos do edifício beneficiado. Além disso, também há exemplos de sistemas habitacionais de quatro ou cinco andares, que fazem uso da área de telhado para gerar a energia elétrica para suprir a demanda das áreas comuns e dos apartamentos. Outra opção é a utilização dos telhados dos estacionamentos

Desafios da modalidade para avançar no Brasil 

Para Paulo Cerqueira, a maior dificuldade é a localização aonde os sistemas solares fotovoltaicos devem ser instalados. As comunidades são extremamente remotas e de difícil acesso, onde o único acesso é fluvial, por exemplo. Outro desafio é a indústria responder à demanda do programa. De acordo com Paulo, no ano passado, foram instalados 3 mil sistemas e espera-se chegar em

20 mil ligações por ano, o que vai demandar produção de módulos fotovoltaicos e de baterias. “É preciso que a função de ser serviço público se estabilize. Todas as distribuidoras da região Norte estão envolvidas e interessadas, pois é um novo mercado que está surgindo”, disse. 

Já Leonardo MacDowell acredita que a energia solar é uma interveniência com outros setores, uma vez que a habitação também diz respeito à política energética. Segundo o membro da Qualihab, outro desafio está dentro do setor produtivo, pois boa parte da emissão de CO2 vem dos processos produtivos e a energia solar poderia contribuir para redução dessas emissões. “Ainda, há desafios em relação ao currículo da graduação dos cursos de arquitetura e engenharia. Deve-se introduzir os temas de eficiência energética e alternativas energéticas para o desenvolvimento de novos designs de projetos e novas possibilidades de aplicação”, disse.  

Principais dúvidas dos espectadores são respondidas pelos convidados


Durante o ABSOLAR Inside, a jornalista Priscila Brandão abriu um espaço para que os convidados respondessem algumas das perguntas que os espectadores fizeram no chat do programa. Confira:

Muita gente pensa em financiar, mas tem medo das parcelas serem mais pesadas do que eles já pagam na conta de luz. É possível ter um financiamento com parcelas estendidas, por exemplo? 

Carolina Reis: sim, o conceito ideal para fazer a venda de financiamento é estender o prazo. A linha de financiamento do BV tem opções de parcelamento em até 84 vezes. Essa parcela se aproxima ou fica inferior ao pagamento da conta de luz. As empresas do setor precisam passar a mensagem que o financiamento de sistemas solares tem características diferentes, ou seja, não tem um desembolso inicial, não tem custo de manutenção, o retorno é imediato e faz sentido financeiro. Atualmente, mais de 50% das vendas de sistemas solares são financiadas e esse número tende a aumentar ainda mais. 

A solar fotovoltaica e a mobilidade elétrica também são sinérgicas e todos podemos contribuir para que elas se apoiem. Vocês concordam que, caso cada grande gerador puder oferecer pontos de recarga, ambas crescerão muito juntas? 

Rodrigo Sauaia: primeiro ponto de oportunidade de sinergia, não existe competição entre o mercado de solar e de distribuição, ambos podem se apoiar. As distribuidoras que podem ajudar a construir rede de postos de recarga, podem fazer com que estes sejam abastecidos por fonte solar. É mais barato e mais sustentável, havendo ganhos múltiplos. Ambos mercados têm grandes oportunidades de negócios e podem potencializar um ao outro. 

O Portal Solar é uma importante fonte de notícias e se tornou franquia esse ano. Como o aquecimento do mercado de construção está puxando o movimento de franquias? 

Rodolfo Meyer: há uma demanda cada vez maior por parte dos arquitetos. Percebe-se que a energia solar está sendo pensada já no planejamento da casa e não mais como uma adaptação a ela. Isso aquece bastante o mercado de franquias. No entanto, o que aquece o mercado de franquia, na verdade, é a crise hídrica. É um momento em que a energia solar fotovoltaica é mais competitiva, o mercado de baterias está crescendo e a mobilidade elétrica está se somando à realidade. A imprensa está noticiando a deficiência energética e necessidade por energia barata.

Como as empresas podem participar para poder instalar os sistemas de energia solar em conjuntos habitacionais para tentar popularizar ainda mais a solar e democratizar a todos? 

Leonardo MacDowell: a CDHU, como empresa pública, desenvolve projetos que são licitados. Não existe licitação específica para a energia solar fotovoltaica, pois é o construtor que se torna responsável por fazer a compra de equipamentos. É preciso atuar junto às pessoas responsáveis pela construção da obra. 

Quais são as principais diferenças entre inversores on-grid e off-grid

Nelson Stanisci: on-grid é o sistema conectado à rede e off-grid o sistema que não está conectado à rede. Do ponto de vista dos inversores, o inversor on-grid é uma fonte de corrente e o inversor off-grid precisa ser uma fonte de tensão. Tem-se visto inversores híbridos que têm as duas funções. Dessa forma, há três topologias diferentes de inversores: on-grid, off-grid e híbrido. 

Temos uma faixa entre a moradia popular e as residências das classes B e C que precisam recorrer a financiamentos bancários. Milhões de residências poderiam produzir energia por meio de sistemas solares fotovoltaicos. Qual a política de redução de impostos, juros e financiamentos de longo prazo? 

Carolina Reis: é fundamental que existam linhas de financiamento público, por mais que o BV tenha prazo de financiamento estendido de 84 vezes que permite que esse público acesse. Atualmente, 48% da renda das pessoas que solicitam financiamento têm renda inferior a R$ 5.000,00. 

Rodrigo Sauaia: pelo lado da carga tributária, foi citada a questão de impostos. Ainda existe carga tributária sobre equipamentos de sistemas solares fotovoltaicos e sobre as baterias. Isso afeta duas pontas: as conectadas à rede e os sistemas off-grid. Os impostos podem aumentar o preço de baterias de 70% a 80%. A ABSOLAR tem levado recomendações de baixar a carga tributária da bateria para aproximar a tecnologia da população. Os sistemas fotovoltaicos têm isenções, como a de ICMS e Imposto de Importação (II), mas têm incidência de PIS/COFINS, que somados representam de 10% a 12% – o que também poderia ser reduzido. Em momento de crise hídrica, o governo poderia fazer três ações: baixar carga tributária sobre os equipamentos; abrir mais opções de financiamento público; e realizar campanha de comunicação para a utilização de energia limpa e renovável. 

Qual orientação poderia ser dada às empresas integradoras para que consigam ofertar financiamento na hora de vender? 

Carolina Reis: muitas empresas do setor, que entraram para o mercado de energia solar fotovoltaica, estão aprendendo como funciona o ecossistema e não têm prática de vender financiamento. O BV tem um trabalho legal de ensinar a vender financiamento, como chegar ao cliente com proposta e mostrar os benefícios que o financiamento traz. O integrador deve, ainda na proposta, apresentar algo que faça sentido tanto para o vendedor como para o cliente. A questão de a parcela ser menor ou igual ao valor pago pelo cliente na conta de luz também é um diferencial. 

O Portal Solar, que já está em várias regiões do Brasil, tem observado um crescimento da energia solar nas classes mais populares? 

Rodolfo Meyer: o interesse da classe popular sempre existiu. O preço do equipamento caiu e a energia solar fotovoltaica foi se tornando acessível. A demanda está sendo vertical em todas as classes. Sem dúvida, linhas de financiamentos privadas e públicas acabam tornando os sistemas solares mais viáveis também. 

Os inversores para sistemas solares fotovoltaicos têm sido aprimorados constantemente. Como a Huawei Solar vê o mercado de off-grid para esses inversores? 

Nelson Stanisci: no mercado off-grid, há grandes avanços dos últimos anos e os inversores têm avançado gradativamente, como todos os componentes da energia solar. No entanto, para esse mercado, as baterias são as que se destacam, além das novas tecnologias, como as de íons de lítio, que têm vida útil maior e ocupam menos espaço. No programa MLA, as instalações são em lugares remotos e a manutenção nesses sistemas é crítica. Por isso, sistemas mais confiáveis são preferidos para esse tipo de instalação. Os inversores tiveram avanço tecnológico, mas o grande protagonista são as baterias. 

Neste cenário de crescimento das alternativas da geração de energia solar, no que tange as soluções dos sistemas fotovoltaicos off-grid, como estão os estudos ou avanços tecnológicos das baterias? 

Paulo Cerqueira: atualmente, a bateria no sistema off-grid é o ponto crucial. A evolução atual são as baterias de íons de lítio, que apresentam duas características que, para as regiões remotas, são as principais: espaço de ocupação menor com peso mais reduzido; e capacidade de ciclagem, com ciclo e durabilidade maiores. Há informações de que existem outras tecnologias em desenvolvimento, como a bateria de plasma. Hoje em dia, o mercado respondeu às baterias de íons de lítio, que são usadas tanto no nosso celular como nos veículos elétricos e, agora, nas instalações off-grid

Sobre a questão de baterias, existem projetos mais robustos em que não é mais preciso usar o gerador em caso de queda de energia e usar baterias em indústrias, grandes construções ou até mesmo condomínios? 

Paulo Cerqueira: da parte do ministério, o País possui uma produção de energia elétrica limpa e renovável. Quando aumenta o volume de usinas de grande porte, existe o problema das fontes solar fotovoltaica e eólica serem fontes intermitentes e isso implica na intermitência na rede elétrica. Para isso, estão sendo estudados e implantados grandes sistemas de armazenamento, que atenderiam tanto a questão da estabilidade quanto o armazenamento da energia. Talvez o custo ainda não seja competitivo, mas isso é só questão de tempo.

Rodolfo Meyer: a bateria não só é utilizada para estabilizar as redes, mas também é utilizada em termos de confiabilidade. Elas são mais confiáveis do que geradores a diesel. Grandes data centers utilizam sistemas de baterias, pois a sua capacidade de entrar em milissegundos é melhor. 

Nelson Stanisci: a aplicação da bateria pode ser de armazenamento junto à fonte de geração. Isso resolve o problema da intermitência. Também há a aplicação de baterias em sistemas stand-alone, melhorando a qualidade dos sistemas e posterga os investimentos em novas redes. A bateria junto à carga reduz o consumo de energia no horário de ponta, presta serviço ancilar à rede e como funciona como backup